Um futuro difícil de prever

"Mantenha seus olhos nas estrelas", disse um dia Teddy Roosevelt, para completar em seguida: “e os pés no chão." A América voltou a colocar a sua economia em movimento, mas o excesso de otimismo pode ser prejudicial, especialmente se levar as pessoas a fazer promessas que não podem cumprir. Por exemplo, se os retornos do investimento forem mais baixos nas próximas décadas, inferiores ao que têm sido nos anos mais recentes,  os fundos de pensão terão problemas, registra a revista The Economist.
 
Fundos de pensão, claro, precisam fazer projeções de retorno e, na média, estão estimando um rendimento médio anual de 7,69% no futuro, de acordo com a Associação Nacional de Administradores de Fundos de Pensão Estaduais (Nasra). Com base no desempenho passado, o número parece razoável. Nos últimos cinco anos, os fundos na mediana ganharam um retorno anualizado de 9,5%; ao longo dos últimos 25 anos, o retorno foi de 8,5%. Fundos de universidades  usam hipóteses muito semelhantes: eles têm como alvo um retorno de 7,4%, em média, de acordo com uma pesquisa da Associação Nacional de Faculdades e Universidades. Novamente, isto está de acordo com o retorno médio anual em 2005-14, de 7,1%.
 
Mas, como diz o ditado, o desempenho passado não é um guia para retornos futuros. Rentabilidades de investimentos vêm de duas fontes: rendimentos e ganhos de capital. A parcela de renda é muito menor hoje do que costumava ser. O rendimento dos títulos do Tesouro de longo prazo, há 25 anos, era superior a 8%; um investidor que levou tais títulos até o vencimento pode travar o retorno nominal. Agora, o rendimento das obrigações do Tesouro de dez anos é apenas de 2,3%. Os rendimentos dos títulos corporativos, que pagam um spread sobre a dívida pública, têm caído também. Relativamente às ações, o dividend yield do índice S & P 500, em 1990, era de 3,7%; agora é de apenas  2,1%.
 
Assim, um fundo de pensão  que assume que se manterão os atuais retornos de investimento pode estar desenhando um problema futuro. Para que isso aconteça, os lucros terão de assumir uma participação sem precedentes de alta no PIB. Em outras palavras, para o futuro repetir o passado, as condições econômicas futuras terão que ser completamente diferentes das atuais.